Nem só de plumas, paetês e arte é feito um desfile de escola de Samba. É preciso ter projeto. E, de preferência, assinado por um profissional que entenda do riscado. À medida que o carnaval foi se tornando mais sofisticado, com carros alegóricos cada vez mais mirabolantes, a figura do arquiteto, responsável pelo desenho das alegorias e, em alguns casos, pela gestão do próprio processo de produção do desfile, passou a ser elemento indispensável à harmonia da agremiação: dentro e fora da Marquês de Sapucaí.

Tanto que no quadro de funcionários das principais escolas cariocas há bacharéis em arquitetura ocupando postos que vão de assistente de carnavalesco a diretor de barracão. 

Tanto que no quadro de funcionários das principais escolas cariocas há bacharéis em arquitetura ocupando postos que vão de assistente de carnavalesco a diretor de barracão.

O processo de trabalho nos barracões varia de acordo com o carnavalesco e a agremiação. Há arquitetos que fazem o projeto do carro a partir de um desenho, outros têm mais liberdade para criar e projetam toda a alegoria sozinhos, de acordo com o tema do enredo. E há casos em que o profissional discute cada passo com o restante da equipe. De qualquer maneira, a supervisão da construção da estrutura é comandada pelo arquiteto. É preciso, ainda, cuidar para que a turma siga o indicado nas plantas e, assim, o projeto não tenha alterações na altura e nas proporções. Do contrário, o carro pode ficar preso a algum viaduto no caminho.

Também é tarefa dos arquitetos do samba eliminar os riscos de desperdício de material e controlar o tempo de execução de cada peça. Tal qual numa obra civil.