Por que estudar NeuroPsico Arquitetura?

Imagine como seria o mundo se os arquitetos projetassem edifícios ainda mais eficientes, como escolas que estimulam o aprendizado, hospitais que impulsionam a recuperação dos pacientes e façam com que eles sintam menos dor, ambientes de trabalho que aflorem criatividade e colaboração. Desde a época de Vitrúvio os arquitetos se preocupam com os impactos que seus edifícios geram nos usuários (3). Então o que tem de novo na NeuroArquitetura?

Atualmente, com os avanços da neurociência, e de toda tecnologia que nos permite observar as reacoes humanas aos ambientes projetados, e se aprofundar ainda mais na psique, estamos entendendo cada vez mais o funcionamento dessa máquina incrível que é o cérebro humano. Quando Freud começou a falar do inconsciente e seus impactos no comportamento de cada um, a tecnologia ainda não permitia a compreensão fisiológica de tudo isso. Hoje, porém, com a ressonância magnética e o eletroencefalograma, por exemplo, podemos analisar que gatilhos ativam os mais diversos sistemas neuronais.

Hoje sabemos que nossa consciência é extremamente lenta e que, muitas vezes o cérebro tem que nos fazer agir antes de termos tempo de pensar sobre o assunto [1]. Por exemplo quando tropeçamos e conseguimos nos reequilibrar sem cair. Todas as reações necessárias para recuperar o equilíbrio acontecem muito rapidamente, de forma automática. Isso mostra como nosso instinto é mais veloz e como ele tem o poder de tomar o controle da situação antes mesmo da gente se dar conta.

Mas o que tudo isso tem a ver com a arquitetura? O melhor entendimento do cérebro, principalmente dos pensamentos que estão abaixo do nível da consciência, pode ajudar os arquitetos a projetarem edifícios que impactem seus usuários de forma ainda mais profunda. A compreensão do instinto de sobrevivência, das emoções, da plasticidade cerebral, entre outros, vai fazer com que a arquitetura seja uma ferramenta de transformação de comportamentos ainda mais eficiente [2]. Edifícios serão projetados não apenas levando em consideração a estética e a funcionalidade, mas focando nos impactos gerados em níveis mais profundos no nosso organismo, que escapam da percepção consciente.

Tudo isso é só um começo, porem precisa- se estudar, embasar-se para que se tenha um inicio e a partir dai propagar e executar dessa forma, no projetar, nas mentorias, orientações, compartilhas com profissionais iguais e assim ir criando uma onda sem fim. Porque a partir do momento que se experimenta o uso da edificação com todos esses olhares e sentidos, não se consegue voltar atrás. Assim se faz a verdadeira mudança.

E como o ser humano está em constante evolução e a Neurociencia é o estudo deste ser e a Arquitetura é pensada e projetada paro o uso deste mesmo ser humano, tudo é tem que estar interligado e sem evolução, e estudo a todo momento. Esse movimento é lindo!! Intenso, agregador e realizador. Para quem faz e para quem recebe.

Nos próximos posts do blog, vamos focar um pouco mais nesta área que estou me aprofundando, para maior entendimento de todos.

Referências:

(1) KAHNEMAN, D. (2011) Thinking, Fast and Slow. New York: Farrar, Straus and Giroux

(2) PAIVA. A. (2018) Neuroscience for Architecture: How Building Design Can Influence Behaviors and Performance. Journal of Civil Engineering and Architecture, Volume 12, Number 2, February 2018 (Serial Number 123) Pages: 132-138.

(3)https://www.neuroau.com/